Um olhar que transcende a sala de aula

Conheça os trabalhos de extensão que os grupos PET da UFRRJ desenvolvem com escolas

por Bárbara Amorim

 

Grupo Pet História.

A UFRRJ possui 14 Grupos PET – Programa de Educação Tutorial, com projetos em inúmeras áreas do conhecimento. Dentre eles, seis grupos desenvolvem trabalhos com escolas, nos quais tutores e petianos buscam estabelecer uma aproximação com seus públicos.

Com caráter social, as ações dos grupos impactam diretamente na vida de alunos, seja através de atividades práticas ou mesmo num exercício de escuta do outro, fundamental em ações coletivas. Os trabalhos desenvolvidos pelos PETs ainda não se configuram como Projetos de Extensão, mas ações pontuais e regulares de interação com estudantes e professores de escolas do entorno de Seropédica e outras regiões do Rio de Janeiro.

No início de agosto deste ano, o tutor do PET Sistemas de Informação, Sérgio Serra, junto com os discentes petianos, fizeram duas atividades em escolas da região . A primeira, na escola particular  Fernando Costa, no bairro Ecologia, em Seropédica. Lá apresentaram aplicativos desenvolvidos pelo curso como o FarmaJusta e o LibrasTI. Também falaram sobre o curso de SI, como é o mercado de trabalho e programas existentes dentro da Rural, como a iniciação científica e o próprio PET. “A gente realiza algumas atividades de extensão em colégios com o intuito de apresentar a faculdade, o curso de Sistemas de Informação e o PET-SI. Uma apresentação mais descontraída com intuito de mostrar a vida ruralina e atividades desenvolvidas”, explica o petiano do curso de Sistemas de Informação, Gustavo Garcia. O segundo trabalho foi com o CTUR.  O PET SI ministrou uma palestra para os alunos do segundo e terceiro anos, sobre o tema Agricultura Digital e as novas oportunidades de trabalho.

PET SI com alunos do CTUR.

Também na área de desenvolvimento tecnológico está o Pet Matemática, que cria jogos que envolvem matemática e meio ambiente, despertando, assim, o raciocínio lógico e interesse por questões ambientais. Em maio deste ano, o grupo apresentou um jogo no colégio particular Progressão, em Nova Iguaçu. “Levamos a trilha ambiental, a balança e o baralho da reciclagem“, lembra a tutora Eulina Coutinho.

Grupo Pet Matemática.

Esse tipo de atividade com aspecto mais lúdico se mostra útil para aproximar os estudantes, e, segundo a petiana de Floresta, Letícia Carneiro, “é bem maneiro ver os alunos animados e criando expectativas para seus futuros”, diz. Ela conta que o projeto do Pet Floresta com escolas é, todo ano, em épocas de inscrição no Enem, uma prática de explicar para os alunos do terceiro ano como ingressar no ensino superior, com foco na preparação e melhor forma de estudar para o exame.

Pet Floresta no Colégio Estadual Presidente Dutra.

Vanessa Basso, tutora do PET Floresta, declara que, nessas idas a escolas, o grupo detectou algumas deficiências, sobretudo quanto ao preenchimento do cartão-resposta do Enem e em relação à redação. O grupo já tem data para retornar  às escolas no mês de outubro desse ano: 11, 18 e 26/10.  A visita será no Ciep 156, no Km 40, no dia 11 deste mês, no dia 18 no Ciep 395, no Km 32, e no dia 26, no Colégio Estadual Presidente Dutra, em Seropédica.

Outro grupo que também exerce uma ação em escolas é o Pet Conexões de Saberes, que funciona no campus da UFRRJ de Três Rios (ITR). A  tutora, Fabíola Garrido, explana que o projeto chama-se Universidade-escola. “A proposta é integrar os escolares à vida acadêmica. Trazemos eles à Rural, no campus de Três Rios e oferecemos oficinas para discussão de temas atuais dentro do Direito, da Economia, das Ciências ambientais, apresentamos os trabalhos e oportunidades dentro da academia. Também oferecemos um curso preparatório para o ENEM”, detalha a docente. Além disso, a tutora esclarece que os petianos lecionam e desenvolvem projetos educacionais dentro do preparatório, contribuindo desta forma para o engajamento do aluno.

Pet Conexão de Saberes executa simulado de preparação para o Enem.

Tamanho é o interesse dos grupos PETs em estreitar laços para além do âmbito universitário que existem projetos regulares em escolas, nos programas da UFRRJ. Exemplo disso é o PET Inclusão, que há dois anos atua no C.E Professor Waldemar Raythe, no bairro fazenda Caxias, em Seropédica. “O projeto é voltado à construção de jardim medicinais, em que se promovem oficinas, com fabricação de sabão com uso de plantas medicinais para dar cheiro, oficina de repelente. Foi criado recentemente outro projeto que é captação da água da chuva para fazer irrigação da horta e das plantas medicinais, além de hortaliças para merenda dos alunos”, elucida o petiano João Ciriaco, aluno do sexto período do curso de Agronomia .

Pet Inclusão em ação no C.E Professor Waldemar Raythe.

Já o Pet História iniciou seu contato com o ensino através de uma parceria com o PIBID de História (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência), que fez a ponte para o desenvolvimento de minicursos e explicações, de acordo com a demanda das escolas. Foram debatidos temas como racismo, gênero e religião em setembro do ano passado na escola municipal Panaro Figueira, no bairro Jardim das Acácias, em Seropédica,  e em agosto deste ano no Colégio Estadual Clodomiro Vasconcelos, em Itaguaí. Outra parceria estabelecida, foi com a Casa de Cultura em Itaguaí. O espaço, segundo a petiana do grupo Joyciene Carolina, solicita vez ou outra a presença do grupo,  seja para dar uma oficina ou uma explanação sobre a história da região para professores e alunos da rede municipal, comenta

Atuando diretamente na área da educação, o Pet Educação do Campo é outro grupo que se soma a essas iniciativas. Com uma lista extensa de atividades em escolas, um dos projetos mais relevantes do grupo foi a realização de um mapeamento de locais em que foram desenvolvidos Projeto de Pré-vestibular para Negros e Carentes na Baixada Fluminense, além de um levantamento detalhado das escolas municipais Barão de Tinguá e Vale do Tinguá, em Nova Iguaçu, no intuito de analisar se existe uma identidade rural em um estudo acerca da qualidade no acesso de jovens e adultos à educação no campo no município. Também desenvolvem ações nas salas de aula das escolas do campo das comunidades de origem dos participantes, visando o fortalecimento e valorização da cultura local na Baixada Fluminense, na Escola Municipal Barão de Tinguá e na Escola Municipalizada de Jaceruba, ambas em Nova Iguaçu.

Tutor Ramoffly Bicalho em atividade na escola Vale do Tinguá em Nova Iguaçu.

A nossa atuação enquanto grupo Pet é estudar, por exemplo, o fechamento de escolas do campo, a organicidade das escolas do campo no município de Mimoso do Sul, no Espírito Santo, e de Nova Iguaçu, ver se essas escolas têm vínculo com os movimentos sociais e se existe concurso específico para os professores atuarem nessas escolas”, explica o tutor Ramoffly Bicalho, do PET Educação do Campo.

Para o petiano Marcus Vinicius, o impacto social das ações do grupo está na “reflexão sobre a gestão, currículos, legislações, formação de professores e projeção de novas medidas, para promoção de políticas públicas, conta. O grupo também promove o Cine Pet, fomentando debates e reflexões sobre filmes com alunos do terceiro ano do ensino médio e pré-vestibular social, que enriquecem tanto os petianos quanto tutores, e claro, a comunidade estudantil onde ocorrem as atividades dos grupos.  

Deixe uma resposta

Your email address will not be published.