MEC anuncia reajuste em bolsas acadêmicas e Grupos PET se beneficiam

Se, no último ano, os grupos PET receavam corte de verbas e suspensão de pagamentos, a partir de abril, o valor estimado para as bolsas aumenta em 75%

por  Rafaela Aguiar e Roger Ribeiro

 

Participaram da cerimônia vários parlamentares, estudantes de pós-graduação e representantes institucionais. (reprodução/YouTube)

 

Às vésperas do carnaval (16/02), o governo federal anunciou um reajuste no valor de diversas modalidades de bolsas acadêmicas, que permaneciam congeladas desde 2013. Serão contemplados, nesse reajuste, discentes de pós-graduação, iniciação científica e também  professores da educação básica em formação. Para as pós-graduações, o aumento será de 40%. Para os pós-doutorandos, o percentual será de 27%. Já para a iniciação científica e docência (Programas Institucionais de Bolsa de Iniciação à Docência – Pibid e Residência Pedagógica), o reajuste será de 75%.

Com o anúncio, as bolsas passam a ter os seguintes valores: bolsa de iniciação científica: R$ 400 para R$ 700,00; mestrado: R$ 1,5 mil para R$ 2,1 mil; doutorado: R$ 2,2 mil para R$ 3,1 mil; pós-doutorado: R$ 4,1 mil para R$ 5,2 mil.

Os grupos PET de todo o Brasil também estão incluídos na ação.  O valor das bolsas atualmente é de R$400,00 para os estudantes petianos e R$2.200,00 para tutores docentes, beneficiando 10.020 estudantes e 835 tutores, em 842 programas espalhados pelas IES brasileiras. O governo federal desembolsa mensalmente cerca de 5,3 milhoes para a realização desses pagamentos.  A partir do mês de abril,  provavelmente,  os petianos passam a receber o valor de R$700,00 (setecentos reais) por mês, e R$ 3.100,00 (três mil e cem reais) os professores -tutores. 

 

Tabela divulgada pelo governo federal sobre os reajustes (Foto: reprodução planalto.gov)

 

Além do reajuste, 10 mil novas bolsas serão ofertadas para as áreas favorecidas. “Com essa medida, queremos que os estudantes brasileiros vislumbrem a pesquisa como campo de formação e também de trabalho”, afirmou a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, na cerimônia pública no Palácio do Planalto. Essa conquista faz parte de medidas e projetos do governo atual, que entrou em vigência em janeiro deste ano e promete ainda mais investimentos em educação.

A visão dos petianos

Sabrina Guimarães é petiana do grupo PET Dimensões da Linguagem e, além da bolsa, contava com o dinheiro de seu estágio em educação e sua renda extra vendendo seus quadros para se manter. “Mesmo que o aumento ajude bastante, ainda não supre o suficiente os custos que um estudante tem ou possa ter dependendo do contexto que ele vive”, desabafou a estudante de Pedagogia.

Para Maria Eduarda Abreu, bolsista do PET História, há dois anos, a  notícia do aumento das bolsas de pesquisa  chegou em um momento oportuno. “Depois de dois anos enfrentando a pandemia, o negacionismo e as fake news, o país precisava dessa injeção de incentivo nas ciências. Quando soube que o aumento se estenderia ao PET, tive a sensação de uma grande conquista.  O fato do nosso programa ter sido incluído nessa proposta é apenas uma expressão do que já é do conhecimento de quem trabalha no programa”, reflete, de modo entusiasta.

Já a tutora do programa PET Matemática, Eulina Coutinho, desde 2017 à frente do trabalho com os petianos de Matemática, entende que esse  benefício financeiro será muito motivador para os estudantes, inclusive para incentivá-los se dedicarem mais às atividades do PET. “Muito estudantes acabam precisando ter fontes adicionais de renda não oficiais tais como aulas particulares, aulas em pequenas escolas ou até fazerem serviços freelancer  para complementar a renda”, desabafa a tutora. Para ela,  essa atualização de valores foi ao encontro também da valorização das ações de pesquisas e extensão para as universidades. “É um momento de existência do PET e de fomentar a permanência deles nos cursos de  graduação, evitando a evasão tanto do programa tanto dos próprios cursos“, complementa a docente.

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