ETNOPET celebra 10+2 anos do programa com evento comemorativo

 A celebração contou com duas mesas de debates sobre a luta contra o racismo, diversidade e educação

                                              Por Stephany Nascimento e Letícia Bianca

Em comemoração aos seus 10+2 anos, o ETNOPET realizou a III Jornada Etnopet, no auditório do Pavilhão de Aulas Teóricas (PAT) da UFRRJ, no dia 25/5, às 18h. O evento contou com a presença de professores, estudantes e convidados e teve duas mesas de debates marcadas pela diversidade e luta contra o racismo.

Mesa utilizada para os debates da III Jornada ETNOPET (Fotos: Stephany Nascimento e a Amanda Farias)

A primeira mesa teve como tema “Construção e Desafios do Mapeamento e Acolhida de Alunes Remanescentes de Comunidades Tradicionais”, com a presença do professor André Videira, da Pró-reitora de graduação, Nídia Majerowicz, e da mestranda e da ex-petiana, Fabiana Silva. 

A professora Nídia Majerowicz disse que reconhecer a diversidade e trabalhar com ela, assim como mostrar o valor das pessoas, une os grupos e os torna “protagonistas da luta social”. Para a pró-reitora, o evento resgata a preservação dessas batalhas e traz diversidade para a universidade. A mestranda e ex-petiana, Fabiana Silva, comentou como o programa a acolheu e influenciou em sua vida. “A universidade é um ambiente opressor. É preciso acolhimento”, declarou.

Primeira mesa com o tema “Construção e Desafios do Mapeamento e Acolhida de Alunes Remanescentes de Comunidades Tradicionais” (Fotos: Stephany Nascimento e a Amanda Farias)

Depois do coffee break, com comidas cheias de referências à cultura quilombola, a segunda mesa da noite abordou o tema “Educação Diferenciada: Quilombola, Indígena e Antirracista”.  Participaram da segunda mesa, a professora Marize Vieira, o ex aluno de Educação do Campo e ex-integrante do ETNOPET, Emerson MEC, junto ao ex aluno de Belas Artes e mestrando Gildasio Miranda e da aluna de Educação no Campo, Vânia Guerra, que é da comunidade Quilombola da Marambaia.  “A educação é eurocêntrica. A gente precisa descolonizar o nosso olhar”, afirmou a professora Marize Vieira, uma das palestrantes do evento, de etnia Guarani, durante a segunda mesa. 

Segunda mesa de debate abordando o tema “Educação Diferenciada: Quilombola, Indígena e Antirracista” (Fotos: Stephany Nascimento e a Amanda Farias)

Após o final do evento Flávia Lopes, uma das ouvintes das mesas, contou sua experiência com a troca de ideias dos debates. “Foi interessante entender como as quebras de paradigmas, que já estão tão fixados dentro das universidades, acontecem. Como um estudo menos eurocêntrico”, afirmou Flávia. Ela também comentou que o evento foi muito significativo, principalmente para aqueles que não possuem o conhecimento de como o ETNOPET pode acolher os alunos dentro do ambiente acadêmico.

Já o organizador do evento, Alexandre Monteiro, expressou sua intenção de realizar um encontro anual do grupo ETNOPET com o objetivo de divulgar as principais atividades. O ETNOPET é composto, em sua maioria, por estudantes provenientes de comunidades tradicionais, como quilombolas, caiçaras, ribeirinhos, indígenas e de comunidades de terreiro. Monteiro ressalta que um dos principais objetivos do evento é estabelecer conexões com um maior número de estudantes oriundos de comunidades tradicionais.

Homenagem ao professor Sandro Lopes, vítima da COVID-19. (Fotos: Stephany Nascimento e a Amanda Farias)

O ETNOPET também prestou uma homenagem ao professor Sandro Lopes, que faleceu em decorrência à Covid-19, em 2021. Professores e alunos da UFRRJ, amigos e familiares prestaram reverências ao educador. 

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