PET Medicina Veterinária realiza mais um “Saúde Global”

Ação de Extensão mobilizou diversos PETs da UFRRJ e  voltou-se para iniciativas de integração com a comunidade de Seropédica

por Larissa Guedes e Rômulo Norback

 

Evento reuniu cerca de 400 participantes da comunidade acadêmica ruralina e mobilizou em torno de 2 mil pessoas, incluindo a comunidade seropedicense.

No último sábado (15),  aconteceu, na praça Nildo Romano, no centro de Seropédica, a quarta edição do “Veterinária da Rural, Saúde Global”, evento organizado pelo grupo PET Medicina Veterinária da UFRRJ.  

A proposta central do evento  foi o cuidado da saúde dos animais e do homem e também da preservação ambiental. Em sua quarta edição, o Saúde Global mobilizou cerca de 400 participantes da comunidade acadêmica da UFRRJ, incluindo estudantes, bolsistas, tutores e docentes, além da população de Seropédica em geral que foi atendida nas tendas compartilhadas com suas propostas de atividades, estimando aproximadamente 2 mil pessoas.

Da esquerda para a direita: a tutora Ana Paula Balesdent, do PET Medicina Veterinária, a diretora do Instituto de Veterinária, Miliane Moreira Soares de Souza, o pró-reitor de extensão, Roberto Lelis, a ex-tutora do PET, Katherina Coumedouros, e o pró-reitor de graduação, Joecildo Francisco Rocha.

O evento também contou com a colaboração de outros grupos PET da UFRRJ e com a presença de representantes institucionais .  O grupo PET Engenharia Química trabalhou com 2 vertentes: a distribuição de 200 embalagens de sabão ecológico (produzido a partir da arrecadação de óleo de cozinha usado) e palestras sobre como produzi-lo como prática de reciclagem. Além disso, o grupo realizou atividades recreativas com as crianças. E em parceria com o PET Floresta, o PET EQ ajudou a confeccionar mais de 100 vasos autoirrigáveis com mudas de plantas para doar para a população. Já o PET Matemática buscou, através de  um trabalho com figuras geométricas com canudos, a conscientização da população, e principalmente das crianças, para a não-contaminação dos animais pela preservação do meio ambiente.   O grupo PET Dimensões da Linguagem fez a divulgação  e cobertura do evento para os canais de comunicação da universidade.

  • Equipe do Projeto Castração.

 

Visões múltiplas dos PETs

Mariana Bottaro, estudante do 8º semestre de Engenharia Química e integrante do PET Engenharia Química há aproximadamente 2 meses, acredita na importância de criar consciência ambiental nas crianças desde cedo. “O PET Veterinária incentivou os outros grupos PET a ter esse tipo de iniciativa e juntos, todos temos um pouco a agregar ao trabalho do outro. Ter esse contato com as crianças é sensacional para nós, porque abre nosso meio e mostra para a população que nós moramos aqui e também somos parte da comunidade”, afirma.

A tutora do PET Engenharia Química, professora Fabíola Cunha, diz que para os estudantes de cursos como as engenharias, há uma certa dificuldade em botar em prática atividades de natureza extensionista, voltadas para fora da universidade. “O PET de Engenharia é um grupo recente e, enquanto tutora, eu sempre tive vontade de desenvolver e executar efetivamente atividades com parcerias com o objetivo de atingir a população. Nesse evento, nós estamos sendo capazes de enxergar o que os outros grupos já fazem cada qual com sua técnica e fazer em conjunto, que é muito mais legal“, conta a docente.

A tutora do PET Engenharia Química, Fabíola Cunha, e seus petianos.

Em busca da promoção de atividades que unam essas categorias, a organizadora do evento e tutora do PET Medicina Veterinária, Ana Paula Balesdent Barreira, acredita que o Saúde Global seja  uma ação de extensão capaz de reunir diversos  grupos PET da Rural em seus diferentes enfoques, tendo uma temática de aproximação com a população, cada grupo com sua especialidade. “Essa integração, para mim, é muito valorosa porque faz com que a gente possa conhecer melhor os outros grupos e possa ter contato em função de um bem comum. Isso é unir os PETS em um só corpo para fazer com que o programa seja melhor compreendido”, explica a docente. 

A tutora considera o Saúde Global como uma atividade verdadeiramente de extensão a partir da qual vários projetos de pesquisa e ensino são desenvolvidos também. “A partir do momento em que os alunos têm a possibilidade de aprender como se aproximar da população, eles estão se capacitando para sua vida profissional”, elucida a tutora.  

Na visão de Ana Paula, o Saúde Global também tem grande impacto na formação de estudantes do curso de Medicina Veterinária. “Esse projeto apresenta-se como ferramenta de integração transdisciplinar e de diálogo com a comunidade do entorno. Para isso, promove o desenvolvimento de habilidades inerentes ao médico veterinário, como a educação em saúde. Na elaboração de cada projeto, alunos e professores trabalham juntos no reconhecimento do problema e na apresentação de uma solução, com enfoque em informação e prevenção“, esclarece.

Vanessa Basso, tutora do PET Floresta há dois anos, acredita também que um maior contato entre os tutores no Fórum PET permite pensar atividades conjuntas, assim como essa abertura do Grupo PET de Veterinária para a participação dos outros grupos em um evento como o Saúde Global. “Agora, com esses eventos, a gente tem mais força dentro da Universidade e é capaz de gerar maior interação com a comunidade. Além disso, viemos trabalhando em projetos com as escolas do município, como o Caic (UFRRJ), o Ciep 155, o Instituto Figueira de Educação e o CEUsinho (Centro de Educação União de Seropédica), o que é uma grande porta para a comunidade chegar na Rural”, alega a professora. 

Bruna Valença e Esther Miranda, bolsistas do PET Floresta há mais de um ano, participaram do evento pela segunda vez trazendo a produção de mudas em parceria com o PET Engenharia Química para fazer vasos de plantas autoirrigáveis. No projeto, há também a inserção de um questionário para a população responder e ajudar a pesquisa a ser melhor direcionada de acordo com as necessidades da comunidade.  “No ano passado, nós trouxemos mudas de boldo e não foi tão distribuído porque a maioria das pessoas já tem em casa. Então, dessa vez, buscamos produzir outras mudas em um substrato mais comercial, como manjericão”, conta Bruna.  O lado bom é que a gente acaba tendo uma troca com a comunidade, aprendendo muita coisa que não sabíamos, fora da lógica de conhecimento acadêmico”, completa Esther.    

Da esquerda para a direita: a aluna Bruna Valença, a tutora do PET Floresta Vanessa Basso e a aluna Esther Miranda.

Felipe Fernandes, estudante de Matemática e bolsista do PET Matemática desde 2015, também já participou de outras edições do Saúde Global e enxerga o seu projeto como uma tentativa de trazer uma compreensão sobre  a Matemática de uma forma mais lúdica  ao público infantil, como jogos e questionários que trabalham lógica, geometria e álgebra, abordando junto questões como a sustentabilidade. “É muito importante nosso papel de fazer um trabalho de diversidade no centro de Seropédica para despertar um interesse nas pessoas e abrir os olhos da comunidade para o que é a Universidade”, diz o estudante. 

Da esquerda para a direita: o aluno André Martins, a tutora do PET Matemática Eulina Coutinho e o aluno Felipe Fernandes.

A tutora do PET Matemática, Eulina Coutinho, conta que o projeto tem por objetivo uma interação entre as modalidades da área, como a licenciatura, a matemática pura e a matemática aplicada, uma vez que as atividades para um evento como o Saúde Global são pensadas por alunos das três modalidades.

Nossas pesquisas envolvem a questão da alimentação, do ensino em sala de aula, e do meio ambiente como um todo, que é interessante para a sociedade civil de forma geral. Ter esse contato com as crianças e com a população demanda deles um empenho que para a formação dos alunos como futuros professores e cidadãos é fundamental”, comenta a docente.

O aluno André Martins, também membro do Pet Matemática, encarou a participação no evento como uma forma de experimentar a interação com os públicos.”Todas as experiências que eu vivo no PET são um complemento do privilégio que eu tenho de participar no sentido de inclusão e vivência pelo ingresso na Universidade. Isso complementa muito não só a minha formação como profissional, mas como pessoa. Pensar nas outras pessoas,  me relacionar com elas e levar para elas a forma como eu entendo alguma coisa, fazendo elas entenderem o conhecimento que vem por meio da pesquisa através de atividades recreativas. São atividades de construção de conhecimento que a gente faz de maneira diferente da pesquisa acadêmica“,  explica.

Desde 2015, há a parceria do Saúde Global com a Secretaria de Saúde do município de Seropédica no projeto “Educação, Saúde e Vigilância Sanitária”, no qual agentes do Ministério da Saúde também participam do evento trazendo abordagens sobre a saúde da população. Nesta edição, a tenda tratava sobre prevenção de doenças crônicas não-infecciosas, como obesidade e tabagismo, por exemplo. Também da parceria com a Secretaria de Saúde, há um grupo de agentes responsável para tratar com a população sobre a conscientização de questões como a vacinação antirrábica.  

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