PET Matemática e Meio Ambiente realiza I Colóquio do grupo na UFRRJ

Evento mobiliza docentes e discentes do curso de Matemática em atividades com viés educativo e sustentável

Por Larissa Guedes

Docentes e discentes do curso de Matemática e integrantes do PET Matemática e Meio Ambiente que participaram da organização do evento reunidos no Pavilhão de Aulas Práticas da UFRRJ. (Foto: Karen Nascimento).

Na última quinta-feira (27), aconteceu o I Colóquio realizado pelo PET Matemática e Meio Ambiente, no Pavilhão de Aulas Teóricas da UFRRJ. O evento, aberto a toda comunidade acadêmica da Rural, teve aproximadamente 70 participantes. A programação contou com a oferta de duas oficinas com os temas “Modelagem Matemática através da função do primeiro grau: uma análise do consumo de energia elétrica residencial e como isso afeta o meio ambiente” e “O jogo de equações sustentáveis: eu + você x ações ÷ valores – problemas = sociedades sustentáveis”, além do minicurso “Música, Matemática e Vida”, abordando o papel da matemática em temáticas práticas da vida cotidiana.

A abertura do evento contou com uma mesa redonda com o tema “Meio Ambiente, Matemática e Educação: uma relação de reciprocidade” e foi ministrada por 3 alunos  bolsistas do PET Matemática e Meio Ambiente: David Leandro Martins, Alexandre Almeida e André Martins, e também teve participação da tutora Eulina Coutinho.

A mesa redonda de abertura do evento com a participação dos petianos (da esquerda para a direita): André Martins,  Alexandre Almeida e David Leandro Martins, além da tutora do PET Matemática e Meio Ambiente, Eulina Coutinho.  (Foto: Karen Nascimento)

 Com o objetivo de elucidar a questão do meio ambiente com um viés sustentável, a mesa abordou a desmistificação da matemática apenas como ciência de cálculos. “A matemática é um processo lógico, de raciocínio e de resolução de problemas e ela pode ser usada para resolver os problemas atuais da nossa sociedade, tanto ambientais quanto sociais. A nossa ideia é deixar na mente de quem assistiu a indução e o questionamento de como a matemática pode ser usada tanto dentro quanto fora da sala de aula”, explica David Leandro Martins, componente da mesa e integrante do PET desde 2016.

Também responsável pelo Minicurso “Música, Matemática e Vida” junto com outros colegas petianos , David Leandro conta que o planejamento de organização do evento buscou desde o início trazer uma proposta na qual os alunos tivessem autonomia e o PET tivesse um papel protagonizador. “A gente se organizou e assumiu o evento para não deixar nas mãos dos professores e acabar se tornando uma coisa muito técnica. Os alunos do PET se assumiram e tiveram essa iniciativa a partir do nosso tripé: ensino, pesquisa e extensão”, afirma.

A professora Gisela Pinto, colaboradora do PET Matemática e Meio Ambiente junto com a tutora Eulina Coutinho, acredita na importância do evento como uma forma de dar visibilidade ao PET de Matemática dentro do curso. “Em vez de chamar colaboradores de fora, demos preferência para que os próprios petianos organizassem o Colóquio, compusessem a mesa redonda e ministrassem as oficinas e o minicurso para dar esse protagonismo de ação à eles próprios”, conta a docente.

Jaqueline Vilaça, estudante do 8º período do curso de Matemática e bolsista do PET desde 2015, foi também uma das organizadoras do evento e acredita que um evento como esse traz oportunidades de crescimento para o curso como um todo. “Além de todos os alunos poderem conhecer o que o PET faz, a gente tem a oportunidade de trazer informações novas de formas diferentes do que estamos acostumados. Isso mostra o crescimento que nós tivemos agregando para o curso e para o PET do curso também”, diz ela.

A oficina “Modelagem Matemática através da função do primeiro grau: uma análise do consumo de energia elétrica residencial e como isso afeta o meio ambiente” foi ministrada por Natália dos Santos Carvalho, estudante do 7º período do curso de Matemática e bolsista do PET há 1 ano e meio, juntamente com Juliana Cunha, Lorran Costa e a docente Gisela Pinto. Segundo ela, o evento, primordialmente, é uma busca por aproximação do PET em si do resto do curso, ao mostrar para as pessoas como a pesquisa acadêmica pode ter várias vertentes. “Na oficina, discutimos informações relativas a questões práticas da vida cotidiana, como a conta de luz, apresentando como o meio ambiente está inserido no contexto da matemática e vice-versa. Assim, mostramos como as nossas ações são refletidas na natureza deixando uma interpretação livre de como transportar isso para as práticas do dia-a-dia, uma vez que a matemática está automaticamente ligada à isso e a gente não percebe”, reflete a petiana.

Já a oficina “O jogo de equações sustentáveis: eu + você x ações ÷ valores – problemas = sociedades sustentáveis” foi ministrada por Lucas Fonseca, estudante do 7º período do curso de matemática e bolsista do PET há dois meses, junto com também petiano André Martins. Lucas explica que o intuito da adaptação do jogo para ser abordado de forma diferente na oficina era gerar uma discussão do que é sustentabilidade. “Muitas pessoas relacionam a sustentabilidade apenas com a parte ambiental, mas é muito mais do que isso. Um jogo de cartas é interativo, demanda participação e foi capaz de fazer as pessoas pensarem em como é necessário levar em consideração também as vertentes culturais, sociais e econômicas”, garante ele.

As alunas do curso de Ciências Sociais da UFRRJ, Pamela Tavares e Stephanie da Silva, ficaram sabendo do Colóquio através de indicações de amigos e do grupo Eternamente Rural – UFRRJ, no Facebook e participaram do evento buscando enxergar de maneira diferente a matemática, através do olhar dos próprios alunos do curso e com a perspectiva do Programa de Educação Tutorial. “É muito interessante para nós, de Ciências Sociais, ver assuntos relacionados ao meio ambiente sendo trabalhados de forma multidisciplinar”, diz Pamela.

Já Stephanie considera importante a prática das oficinas dialogar com as outras áreas. “Para tornar o ensino mais acessível, mesmo sendo de outro curso, foi possível compreender o que foi passado. Isso expande o interesse pelo conhecimento, porque ele não se limita apenas na área de pesquisa e dá um retorno diretamente para outras áreas”, aponta a discente.

Eulina Coutinho, tutora do PET Matemática e Meio Ambiente, acredita que a proatividade do grupo como um todo ao se mobilizar foi determinante para a realização do evento.

“A ideia era que nós, docentes, intervíssemos o mínimo possível, fazendo com que os alunos se envolvessem e agissem com autonomia. Isso é fundamental para a preparação do cidadão e futuro professor que pensa a questão da pesquisa e da extensão. Essa amostra, para o curso de Matemática é um estímulo de crescimento e nos dá muitas expectativas para continuar trabalhando para além da mesmice da sala de aula”, conclui.

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