Evento que ocorrerá em março, na UFRRJ, teve suas deliberações finais da organização apresentadas e discutidas nesta terça, com o envolvimento participativo dos presentes
Por Larissa Guedes
Na última terça-feira (04/12), aconteceu no Auditório Paulo Freire, no Instituto de Ciências Humanas e Sociais da UFRRJ, o último fórum dos grupos PET do Rio de Janeiro de 2018. A proposta do fórum foi colocar em pauta a discussão das questões pertinentes à organização, infraestrutura e programação do Sudeste PET 2019 que será sediado na UFRRJ em março e pretende reunir por volta de 650 petianos vindos do Espírito Santo, São Paulo, Minas Gerais, e, é claro, do Rio de Janeiro.
O evento contou com a participação dos grupos PET da UFRRJ e seus respectivos tutores e também de comissões e representantes dos grupos PET de outras instituições de ensino superior, como a UFF, os IFs, a Uerj e a PUC-Rio.
A reunião debateu questões pontuais sobre a programação do Sudeste PET 2019, abrindo a mesa para sugestões de alterações na ordem do cronograma central do evento, repasses das comissões de trabalho e as diretrizes principais do Sudeste PET. Além disso, também foi feita a divulgação da estrutura do hotsite do evento e da sua página no Facebook.

A aluna Letícia Carneiro, bolsista do PETFloresta, membro da comissão de infra-estrutura do evento, explicando sobre os andamentos dos trabalhos das comissões com a Professora Simone Orlando, tutora do PET Dimensões da Linguagem da UFRRJ e uma das coordenadoras gerais das equipes.
As bolsistas do PET Serviço Social da Uerj, Amanda Goulart e Maiara Mendes enxergam essa definição da Rural como a sede do Sudeste PET 2019 como uma escolha pontual.
“Quando a gente chegou aqui, a primeira coisa que notamos foi a horizontalidade da Universidade, uma vez que a nossa é totalmente verticalizada. Em Seropédica, é possível perceber que os 14 grupos PET da Rural são integrados, lutando pela continuidade e manutenção do Programa”, afirma Amanda.
Segundo Maiara, que já pesquisou violência na universidades e agora trabalha com gênero, raça e classe, há uma insegurança por parte dos petianos em relação à garantia da pesquisa com a nova conjuntura política que se instala em 2019 no Brasil.
“Nosso interesse agora é em levar os resultados da pesquisa para fora da Universidade. Estudando esse fenômeno, nós encontramos várias demandas desse público universitário que não devem permanecer apenas no âmbito acadêmico, porque precisam de uma resposta governamental, como por exemplo, construir redes de atendimento e combate à violência. A nossa formação no PET é para dar um retorno à sociedade”, defende Maiara.

À esquerda Amanda Goulart e à direita Maiara Mendes, bolsistas do PET Serviço Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Para a tutora do PET Geografia da Uerj, Marta Foeppel, o Sudeste PET, enquanto encontro regional é sempre uma garantia de visibilidade para que se possa conhecer o trabalho desenvolvido entre bolsistas e tutores nos PETs em instâncias individuais e coletivas.
“É necessário esse encontro porque as demandas, expectativas e problemas muitas vezes são questões comuns entre os tutores e bolsistas em perspectivas que se aproximam muito. É importante que a gente interaja pra conhecer tanto os problemas como também possíveis soluções para contorná-los”, afirma ela.
Como o Sudeste PET será realizado em março de 2019, a tutora desconhece as novas diretrizes em relação aos programas de ensino, pesquisa e extensão que passarão a reger o Ministério da Educação na mudança de gestão federal. Por isso, ela considera tão urgente a organização engajada dos PETs do Sudeste, como um exemplo do esforço coletivo para manter os projetos em atividade, uma vez que há um número bastante expressivo na concentração de Programas de Educação Tutorial na região.
“O objetivo do nosso fórum de debate, então, é juntar e expor nossas propostas para que elas possam efetivamente serem ouvidas pelo governo federal em relação aos nossos anseios, percebendo a importância dos PETs no fortalecimento da formação do profissional em diferentes áreas, costurando o tripé de ensino, pesquisa e extensão. Em um momento político que se fala em privatização das universidades públicas, o Sudeste PET é uma forma de enaltecer o papel do ensino superior público, gratuito e de qualidade”, ressalta a professora Marta.
O estudante de Direito da PUC Rio, Gabriel Cardoso Cândido, faz parte do PET JU, que pesquisa as bases materiais do constitucionalismo brasileiro com os tutores Tula Pires e Francisco Guimarães. Ele acredita que, em um momento de instabilidades políticas e sociais, o Sudeste PET é uma boa maneira para aproximar o universo entre as instituições públicas e privadas.
“A PUC acaba sendo reconhecida, muitas vezes, por corroborar com um estigma elitista. No entanto, é importante frisar que a Universidade preza por inclusão social através dessa união de forças, que é o primeiro passo para requerer descentralização na produção de conhecimento e mais igualdade nas políticas públicas que visam a interdisciplinaridade. A função social do PET é justamente essa: expandir os horizontes e os pensamentos para outras áreas mais abrangentes, mas que ainda assim, dialogam com a sua área de estudo específica”, conclui Gabriel.