Breve perfil biográfico de Lyndolpho Silva

Coleção Lyndolpho Silva
Filho de pequenos produtores arrendatários, Lyndolpho Silva nasceu em Barretos (SP) em 25 de novembro de 1924. No final da década de 1920 sua família retorna a Mendes (RJ), lugar de origem, onde foi matriculado no grupo escolar. Em meados da década de 1930, com o despejo pelo proprietário do sítio que ocupava, a família se estabelece em Cruzeiro (SP). Depois de trabalhar em frigorífico e padaria locais, Lyndolpho mudou-se aos 16 anos para o Rio de Janeiro, onde aprendeu o ofício de alfaiate e cursou o terceiro ano ginasial. Exerceu a profissão de alfaiate até o início dos anos 1950.

No final de 1946 ele ingressa no Partido Comunista do Brasil (PCB) e sua atividade política então esteve voltada para a fundação de sindicatos paralelos. A partir de 1952 sua militância passa a ser marcada pelas atividades política e sindical voltadas para o campo. Em 1954, sob sua liderança, é fundada a União dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do Brasil (Ultab), da qual será um dos diretores. A partir daí até 1964 sua militância será intensa na organização dos trabalhadores rurais do País. Colaborou regularmente no jornal Terra Livre, organizou congressos sindicais como o importante Congresso Nacional de Belo Horizonte de 1961 e manteve vínculos fortes com organizações internacionais de trabalhadores rurais. No final de 1963 Lyndolpho Silva fundou, com outros companheiros, a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag), sendo seu primeiro presidente. Em 1965 teve seus direitos políticos cassados por 10 anos. Mas a grande tarefa a que se entregara nos últimos dez anos – a organização e o reconhecimento do trabalhador rual como ator político e a criação de uma extensa rede de sindicatos rurais no Brasil – havia sido realizada.

De 1964 a 1973 ele esteve na clandestinidade sob permanente risco de prisão. No início de fevereiro de 1973 Lyndolpho se exila na Europa e se estabelece em Praga como um dos três secretários da União Internacional dos Sindicatos dos Trabalhadores na Agricultura, Florestas e Plantações (UISTAFP), sendo o responsável pela América Latina. Lyndolpho permaneceu nesse cargo até 1979, período esse em que viajou pela Europa, América Latina, África e Oriente Médio e foi, durante quatro anos, representante da UISTAFP na Organização Internacional do Trabalho.

Em 1975, no exílio, ele se casa pela segunda vez com dona Esperança Vico. Beneficiado pela anistia, volta ao Brasil, São Paulo, em 1979. Vários espaços políticos terão a sua presença marcante, como o Centro de Memória Sindical, o jornal Correio Sindical, o Instituto Astrojildo Pereira. Mais recentemente ele fundou e dirigiu o Instituto Cultural Roberto Morena. Lyndolpho Silva faleceu com 80 anos na cidade de São Paulo no dia 7 de junho de 2005.